terça-feira, 26 de junho de 2018

3º ANO - 3º BIMESTRE: ATIVIDADES RÍTMICAS E A DANÇA

  3º ANO - 3º BIMESTRE: ATIVIDADES RÍTMICAS E A DANÇA 

Introdução

    As atividades rítmicas e a dança são conteúdos da Educação Física escolar, uma vez que integram a cultura corporal de movimento. Assim, essas práticas corporais possuem o mesmo grau de importância dos demais conteúdos dessa disciplina.
    No entanto, o que presenciamos geralmente, é que tais conteúdos são raramente desenvolvidos no ambiente escolar e, quando são a ênfase consiste apenas nas vivências de forma descompromissada.
    Silva et al (2008, p. 37) apontam uma das possíveis razões para essa realidade: “existe hoje uma grande carência do trabalho com o ritmo, por exemplo, nas escolas, talvez por que a maioria dos professores desconheça o sentido dessa palavra e as possibilidades de trabalho que podem ser desenvolvidas através dela.” Marques (2007, p. 22), realça as análises dos autores afirmando que: “na grande maioria dos casos, professores não sabem exatamente o que, como ou até mesmo porque ensinar dança na escola.”
    É nesse sentido, que acreditamos ser relevante destacar a importância das atividades rítmicas e da dança, bem como, algumas possibilidades para a sua inserção no contexto escolar. Conforme, ressalta Impolcetto et al (2007, p. 92):
    Nas aulas de Educação Física escolar, a dança pode contribuir para a construção de uma relação de cooperação e respeito, desempenhando um importante papel, pois proporciona aos alunos a aquisição de elementos para que estes possam estabelecer relações corporais críticas e construtivas com diferentes maneiras de ver e sentir o corpo em movimento, relacionando-o com sua realidade, assim como compreende-lo em diferentes épocas e culturas.
    Contendo inúmeras possibilidades de ensino, a presença dessas práticas corporais, se torna essencial para uma educação integral dos alunos. Isto porque, por meio das atividades rítmicas e da dança, o aluno terá a oportunidade de conhecer e vivenciar as diversas manifestações culturais, nelas contidas. Segundo Verderi (2000, p. 33): “a verdadeira educação deve formar o homem para a vida, devemos a nossos alunos formação de valores, de metas.”
    Por esta razão, enfatizamos a relevância das atividades rítmicas e da dança na escola, sobretudo, no primeiro ciclo do Ensino Fundamental, uma vez que nessa faixa etária, é possível trabalhar as habilidades básicas dos alunos, aperfeiçoando-as e, principalmente, permitindo, aos mesmos que desenvolvam sua criatividade. Ou seja: “a dança na escola, associada à Educação Física, deverá ter um papel fundamental enquanto atividade pedagógica e despertar no alunado uma relação concreta sujeito-mundo” (VERDERI, 2000, p. 58).
    Portanto, o objetivo desse trabalho é destacar a relevância das atividades rítmicas e dança na escola, apresentando uma proposta de sistematização/organização desses conteúdos para o primeiro ciclo do Ensino Fundamental.
 
Revisão da Literatura
 
O que é atividade rítmica e dança?
 
    Para compreendermos melhor a especificidade de tais conteúdos, se torna relevante, conhecermos primeiramente, o conceito de ritmo e rítmica. Vale destacar que, vários autores atribuem diferentes significados à palavra ritmo, dos quais destacaremos alguns.
 
    Nesse sentido, investigando o conceito da palavra ritmo, verificamos que, de acordo com Camargo (1994, p. 23): “a palavra ritmo - em grego rhythmos- significa ‘aquilo que se move, aquilo que flui’, o que nos leva a concluir que todo movimento é ritmo em potencial.” Ou seja: “o ritmo e o movimento se desenvolvem simultaneamente no tempo e no espaço. Desta forma, confirmamos nossa consideração que o RITMO é MOVIMENTO, que o MOVIMENTO é RITMO [...]” (TIBEAU, 2006, p. 55, grifo do autor).
 
    Isto deixa claro que, o ritmo é algo inerente à vida humana. Para Tibeau (2006, p. 56):
    Todo o ser humano é dotado de ritmo, que se manifesta antes mesmo do nascimento, através dos batimentos cardíacos, depois pela respiração e pela fala e que está presente também nas formas básicas de locomoção. Por isso, o ritmo é considerado o elemento da música que está mais associado ao movimento, às ações motrícias do Homem.
    É por esta razão que, o ritmo atua nos aspectos cognitivos, afetivos e sociais do ser humano (CAMARGO, 1994).
    Conforme observamos, há inúmeras definições para a palavra ritmo, de forma que concluímos, com as análises feitas por Verderi (2000, p.53), na qual define o ritmo da seguinte maneira:
    O ritmo faz parte de tudo o que existe no universo, é um impulso, o estímulo que caracteriza a vida. Ele se faz presente na natureza, na vida humana, animal e vegetal, nas funções orgânicas do homem, em suas manifestações corporais, na expressão interior exteriorizada pelo gesto, no movimento, qualquer que seja ele.
    Já em relação à rítmica, esta foi desenvolvida pelo compositor e pedagogo suíço Emile Jacques Dalcroze (1865-1950), segundo Tibeau (2006). De acordo com Camargo (1994, p. 77): “[...] a ‘Rítmica’ é um método de educação global, baseado no ritmo musical, vivido de forma corpóreo-sensorial pelo indivíduo”.
    O método foi desenvolvido, uma vez que Dalcroze notou vários problemas de educação musical, apresentado pelos seus alunos musicistas, como também por músicos profissionais, de forma que buscou meios capazes de amenizar tal situação (CAMARGO, 1994). Ainda, segundo a autora: “Dalcroze organizou o seu método, visando à integração das faculdades físicas e mentais do ser humano, potencializando-as no tempo e no espaço, através da música” (CAMARGO, 1994, p. 77).
    Nisso, o método de Dalcroze, segundo Bourcier (1987, p. 291-292), se refere à:
    [...], uma educação psicomotora com base na repetição de ritmos, criadora de reflexos, na progressão da complexidade e da sobreposição de ritmos, na decifração corporal, na sucessão do movimento: a música suscita no cérebro uma imagem que, por sua vez, impulsiona o movimento, que se torna expressivo caso a música tenha sido captada corretamente. As conseqüências pedagógicas são o desenvolvimento do sentido musical em todo o ser- sensibilidade, inteligência, corpo-, que fornece uma ordem interior que, por sua vez, comanda o equilíbrio psíquico.
    Com isso, nota-se que a rítmica é uma forma de expressão corporal, por meio da música. Assim, as atividades rítmicas podem ser definidas, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p. 71) como:
    [...] as manifestações da cultural corporal que têm como característica comum a intenção explícita de expressão e comunicação por meio dos gestos na presença de ritmos, sons e da música na construção da expressão corporal. Trata-se especificamente das danças, mímicas e brincadeiras cantadas. Nessas atividades rítmicas e expressivas encontram-se mais subsídios para enriquecer o processo de informação e formação dos códigos corporais de comunicação dos indivíduos e do grupo.
    Ou seja, são atividades que visam trabalhar a expressão corporal, tendo como base, a música, bem como, a dança, que também é uma forma de comunicação.
    Seguindo nessa perspectiva, no que se refere à dança, Gaspari (2005), destaca que, a dança é uma forma de comunicação, considerada a mais antiga, visto que, desde os tempos primitivos, os homens já a utilizava para expressar seus sentimentos e desejos, levando Garaudy (1980, p. 13), afirmar que: “a dança é um modo de existir”. Soares e Madureira (2005, p. 85), ressaltam ainda que, a dança “[...] é uma experiência da beleza onde os corpos são múltiplos, conscientes da própria materialidade e sensíveis à expressividade do outro”.
    Em suma, as atividades rítmicas e a dança são elementos integrantes da cultura, da qual devem ser resgatadas e valorizadas, pois, são inerentes à vida humana.
 
Por que é importante aprender atividades rítmicas e dança na escola?
 
    As atividades rítmicas e a dança pertencem à cultura corporal, devendo ser desenvolvidas nas aulas de Educação Física escolar, de forma coerente e dinâmica. De acordo com Verderi (2000), a Educação Física é uma disciplina que trabalha diretamente com o movimento humano.
    O que me arrisco afirmar é que existe a necessidade latente da Educação Física entender melhor a especificidade de tal conteúdo, refletindo e discutindo os meandros ao qual as atividades rítmicas estão inseridas tentando apontar para suas possibilidades de usos e recursos na tentativa de desenvolver aprendizados que sejam realmente relevantes, interessantes e prazerosos para nossos alunos e alunas (JESUS, 2008, p.23).
    Realidade essa, também destacada por Ehrenberg e Gallardo (2005, p. 114), em relação à dança:
    A dança, como outras manifestações da cultura corporal, é capaz de inserir o seu aluno ao mundo em que vive de forma crítica e reconhecendo-se como agente de possível transformação, mas, para tal é necessário não apenas contemplar estes conteúdos e sim identificá-los, vivenciá-los e interpretá-los corporalmente.
    Fica evidente que, as atividades rítmicas e a dança, são conteúdos ricos, capazes de contemplar diversas finalidades no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Segundo Gaspari (2000, p. 199), “tal prática corporal pode estar na escola de acordo com os pressupostos educacionais e ser adaptada conforme as necessidades e características do contexto escolar”. É nesse sentido que, Verderi (2000) enfatiza que a atual Educação Física deve permitir que, os alunos participem ativamente das aulas, considerando as suas próprias percepções.
 
    De acordo com Jesus (2008), a relevância das atividades rítmicas está pautada nos aspectos comunicativos e expressivos do ser humano, pois, por meio desse conteúdo, é possível não apenas compreender, mas também produzir códigos corporais de comunicação. Paralelamente, é possível desenvolver a criatividade dos alunos e, principalmente, a interação. Isto porque, por meio da dança, é plausível trabalhar a socialização, tornando o aluno mais comunicativo, e mais confiante em suas ações, garantindo, assim, uma aprendizagem positiva (SILVA; JÚLIO; PAIXÃO, 2010).
 
    Dessa maneira, as atividades rítmicas e a dança na escola, são conteúdos essenciais para o desenvolvimento dos alunos (SILVA et al, 2008). Outro aspecto que justifica a importância dessas práticas corporais na escola é o fato de poder discutir nas aulas, questões relacionadas ao gênero. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p. 42), devemos “[...] atuar concretamente contra o preconceito expresso na falsa idéia de que ‘homem não dança’, cultivando as possibilidades de expressão masculina nas atividades rítmicas e expressivas”. Isto significa que, ao vivenciar estas práticas corporais, o aluno terá a oportunidade de se posicionar de forma mais crítica perante as informações que lhe são apresentadas.
    Sem contar que, ao adquirir uma postura crítica, o aluno além de conhecer as atividades rítmicas e a dança, certamente, também irá valorizar outras culturas além da sua própria. De acordo com os PCNs (BRASIL, 1998), no nosso país, nos deparamos com diversas manifestações culturais, inseridas, sobretudo, nas danças, visto que são as danças que caracterizam a cultura de diferentes regiões.
 
    Contudo, essas são algumas razões que justificam a relevância desses conteúdos nas aulas de Educação Física. Assim, cabe ao professor analisá-las e contextualizá-las de acordo com a realidade em que os seus alunos estão inseridos.
 
Como as atividades rítmicas e a dança podem ser classificadas?
 
    As atividades rítmicas e a dança, enquanto conteúdos da Educação Física escolar, apresentam suas especificidades, uma vez que são práticas que destacam a diversidade cultural de várias regiões (BRASIL, 1997). Nesse sentido, entendemos que as atividades rítmicas no espaço escolar, podem ser classificadas da seguinte maneira:
  • Percussão corporal: produção de sons com o corpo.
  • Exercícios rítmicos com a utilização de materiais: como pular corda; atividades que envolvam a utilização de materiais como bolas, bastões, entre outras.
  • Brincadeiras cantadas: que são maneiras de brincar com o corpo, a partir da relação entre movimento corporal e expressão vocal, sejam na forma de músicas, frases, palavras ou sílabas ritmadas. Além disso, envolvem musicalidade, dança, dramatização, mímica e jogos, podendo, ser caracterizadas como formas de expressão do corpo que integram a cultura popular (LARA; PIMENTEL; RIBEIRO, 2005), como rodas cantadas ou cirandas, parlendas, acalantos, brincadeiras de mãos, as quais serão tratadas a seguir.
    As brincadeiras de roda são aquelas desenvolvidas em círculo, de forma que as crianças segurando na mão uma das outras, cantam todas juntas cantigas de roda (FARIAS, 2001). Em relação às Parlendas, Silva et al (2008, p.38), destacam que: “elas compõem um conjunto de palavras de arrumação rítmica que podem rimar ou não, podem ser acompanhadas de atividades como jogo, brincadeira e expressão corporal, que são atividades próprias da Educação Física”.
 
    No caso dos Acalantos, essas são melodias simples e meigas, podendo apresentar em seu texto figuras que provoquem medo, além de possuírem outra característica, como o uso do canto em boca chiusa, ou seja, cantar com a boca fechada, favorecendo certa monotonia para fazer a criança dormir (FERNANDES, 2005).
 
    Brincadeiras de mãos são atividades desenvolvidas com canto e gestos com as mãos, nas quais pode haver contato entre os participantes ou não, como, por exemplo, a adoleta (A-do-le-tá/ Le-pe-ti Pe-ti-pe-tá/ Le café com chocolá/ A-do-le-tá) que pode ser feita em grupo ou em duplas.
 
    No que se refere à dança, constatamos que existe um vasto leque de possibilidades, de modo que utilizaremos a classificação realizada por Gallardo (Não paginado - 2003), que classificou as danças segundo a origem de cada uma:

  1. Ancestrais, originárias ou autóctones: são aquelas danças praticadas antes da conquista espanhola ou portuguesa, e que apesar das proibições ainda se encontram alguns vestígios delas.
  2. Tradicionais ou Folclóricas: são as danças que representam a cultura particular de uma região, podendo ter traços das danças ancestrais, e podem - pela miscigenação de culturas - ser adaptações de danças originárias dos países que nos conquistaram ou colonizaram. Elas podem eventualmente tornar-se populares.
  3. Populares: são as danças que estão sendo veiculadas pelos meios de comunicação e praticadas pela comunidade. Algumas delas permanecem em atualidade, chegando a incorporar-se ao grupo das danças tradicionais ou folclóricas.
  4. Clássicas ou Eruditas: são as danças que precisam de todo um processo de aprendizagem sistematizado, dado a sua complexidade e por serem em sua essência habilidades motoras altamente estruturadas (aquelas habilidades que se originam de estudos biomecânicos e devem ser incorporadas ou internalizadas para serem eficientes na prática da modalidade aos quais os modelos pertencem. Exemplos a ginástica artística, saltos ornamentais, entre outras).
    Em síntese, diante da classificação ora apresentada pelo autor, destacamos que para o presente estudo, selecionamos as danças classificadas como Tradicionais e Populares, uma vez que são danças passíveis de adaptações para a sua inserção no contexto escolar.
O que ensinar e o que os alunos devem saber sobre atividade rítmica e a dança?
    As atividades rítmicas e a dança, assim, como os demais conteúdos da Educação Física, possuem uma ampla gama de conhecimentos. São inúmeras, as possibilidades de ensino que esses conteúdos oferecem, de modo que devem ser desenvolvidos de forma coerente no ambiente escolar.
    Basicamente, todo trabalho pedagógico deve considerar primordialmente, o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Para tanto, não basta apenas desenvolver os conteúdos nas aulas, é necessário contextualizá-los, isto é, aproximá-los do contexto do qual os alunos estão inseridos. Segundo Darido (2005, p. 68): “[...] dentro de uma perspectiva de Educação e também de Educação Física, seria fundamental considerar, os procedimentos, fatos, conceitos, as atitudes e os valores como conteúdos, todos no mesmo nível de importância”.
    É nessa perspectiva, que destacamos alguns pontos relevantes das atividades rítmicas e da dança, das quais selecionamos neste estudo, para serem desenvolvidos nas dimensões dos conteúdos: conceitual, procedimental e atitudinal.
  • Dimensão conceitual - trabalhar a história das danças: Samba de Roda, Dança do Pezinho, Quadrilha, Catira e Carimbó. O conceito da palavra ritmo, bem como, a sua importância, uma vez que se trata de algo onipresente. Além disso, refletir sobre a questão do gênero e da pluralidade cultural nas atividades rítmicas, sobretudo, nas danças.
  • Dimensão procedimental- vivenciar as atividades rítmicas que envolvam percussão corporal, exercícios rítmicos com a utilização de materiais e brincadeiras cantadas e danças das regiões brasileiras, tais como: Samba de Roda, Dança do Pezinho, Quadrilha, Catira e Carimbó. Desenvolver atividades práticas, que permitem aos alunos a oportunidade de expressarem sua criatividade e autonomia, por meio dessas práticas corporais.
  • Dimensão atitudinal- fazer com que aula, se torne um ambiente, em que o respeito mútuo, a cooperação e a solidariedade, prevaleçam em todos os momentos.
    Com isso, percebemos que dada à relevância desses conteúdos, é necessário que os mesmos sejam trabalhados nas suas dimensões, buscando garantir aos alunos, uma aprendizagem significativa.
 
Possibilidades para sistematização das atividades rítmicas e dança
    A seguir, apresentamos uma proposta para sistematização/organização das atividades rítmicas e da dança, para o primeiro ciclo do Ensino Fundamental, que foi elaborada a partir da nossa experiência no ambiente escolar, bem como, por meio de estudos e pesquisas no grupo de estudos LETPEF (Laboratório de Estudos e Trabalhos Pedagógicos em Educação Física), na qual procuramos contemplar, as atividades rítmicas e as danças mais apropriadas para cada faixa etária, como também sugestões de números de aulas, as quais acreditamos serem suficientes para cada tema proposto.
 
    Dado o exposto, o foco da nossa proposta é resgatar por meio das atividades rítmicas e das danças, algumas das manifestações culturais presentes no nosso país. Para tanto, conforme destacado anteriormente, sugerimos trabalhar com algumas danças Tradicionais e Populares que ressaltam a diversidade cultural das cinco regiões brasileiras: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
 
Considerações finais
    Com base na literatura pesquisada, consideramos que, as atividades rítmicas e a dança, enquanto conteúdos da Educação Física escolar, possuem um vasto repertório de conhecimentos a serem desenvolvidos no contexto escolar, capazes de contribuir significativamente para o desenvolvimento dos alunos.
 
    Além disso, essas práticas corporais contêm uma rica diversidade cultural, da qual destaca a cultura de diversas regiões. Ao inseri-las nas aulas de Educação Física, estes conteúdos, certamente, contribuirão para o resgate, bem como, para a valorização dessas manifestações culturais, possibilitando, os alunos reconhecerem que, esses conteúdos são tão interessantes quanto os demais já vivenciados por eles.
 
    Por esta razão, concluímos que, as atividades rítmicas e a dança, devem fazer parte do cotidiano escolar, assim, como os jogos e os esportes já se encontram. Por serem passíveis de adaptações, para qualquer realidade escolar, isso reforça, ainda mais, a relevância dessas práticas corporais na escola.

 
 






























3º ANO 3º BIMESTRE: SEDENTARISMO E OBESIDADE


É a falta ou a diminuição da atividade física. Na verdade, o conceito de uma pessoa sedentária tem relação com a quantidade de calorias que ela gasta semanalmente, seja em atividades esportivas ou nas tarefas do dia a dia. Para ser considerada uma pessoa ativa é preciso queimar 2.200 calorias por semana, ou cerca de 300 calorias por dia.  

Além de atingir órgãos vitais como coração, rins, cérebro, entre outros, o sedentarismo impacta diretamente na saúde dos músculos e ossos, que se tornam mais frágeis, pois ficam sem uso, literalmente, atrofiando, perdendo a flexibilidade e comprometendo a saúde como um todo.

Atividade física x Exercício Físico
A atividade física e o exercício físico não são a mesma coisa. Atividade física é qualquer movimento do corpo que resulte em um aumento do gasto energético. Já o exercício físico é uma ação planejada e estruturada, que pode utilizar modalidades esportivas como dança, lutas, jogos, etc. Ambos promovem a queima de calorias, porém em níveis diferentes.


Riscos do Sedentarismo
Todo mundo sabe que a prática de exercícios físicos traz muitos benefícios à saúde. Ficar sem se exercitar pode causar vários tipos de doenças, principalmente as ligadas ao sistema cardiovascular. 
Obesidade, pressão alta, diabetes, aumento do colesterol, infarto, derrames, depressão, doenças articulares, são alguns exemplos das doenças às quais o indivíduo sedentário se expõe. O sedentarismo é considerado o principal fator de risco para a morte súbita, estando na maioria das vezes associado direta ou indiretamente às causas ou ao agravamento da grande maioria das doenças.
Doenças associadas ao sedentarismo
  • Obesidade
  • Colesterol alto
  • Diabetes
  • Hipertensão arterial
  • Infarto
  • Asma
  • Alguns tipos de câncer
  • Distúrbios psicológicos
Sedentarismo e Obesidade
Segundo o Ministério da Saúde, quase metade da população brasileira está acima do peso. A obesidade é um grande fator de risco para saúde e eleva os níveis de gordura e açúcar no sangue, assim como aumenta a pressão arterial. 
Os obesos também têm mais chances de ter problemas cardiovasculares, articulares, asma, apneia, câncer e transtornos mentais. O sedentarismo aliado a uma dieta rica em carboidratos, açúcar e gorduras contribui para aumentar os índices da obesidade. 

Eu sou sedentário?
Você sabe quantas calorias gasta por dia, por semana? E quantas calorias você consome por meio da alimentação? O equilíbrio entre o consumo e o gasto é fundamental para manter o peso. Porém, para ser considerado ativo ou sedentário você precisa gastar 2.200 calorias, por semana, em atividades físicas. Nem adianta dizer que você faz faxina na casa ou faz uma caminhada no final de semana. Isso não é suficiente. 

Como deixar de ser sedentário?
Para se tornar ativo, a primeira regra é se conscientizar sobre a importância da atividade física. Em seguida, planeje seu dia e encontre o melhor horário. Pense também em escolher uma atividade que lhe dê prazer. Não adianta se matricular na academia e parar de frequentar no primeiro mês. Persista! Depois de um tempo, você irá sentir mais energia, inclusive para trabalhar. Dica importante: além da persistência, a regularidade é fundamental. 

Mudança de hábitos

Saia da sua zona de conforto, literalmente. Isso quer dizer que para aumentar o gasto calórico, é preciso abrir mão de hábitos como usar o elevador para subir alguns andares, dispensar a escada rolante, estacionar o carro em um local mais distante do seu destino, ir ao supermercado ou à padaria a pé, etc. 
Dicas para começar: 
  • Antes de começar uma atividade física é importante realizar uma avaliação médica, checar se a saúde está em dia. Isso pode ser feito com um cardiologista ou com o médico da empresa;
  • Tão importante quanto o exercício é a preparação do corpo. Pela manhã, ainda na cama, experimente alongar seu corpo, espreguice, estique, alongue; 
  • Comece praticando a atividade por 20 minutos, três vezes por semana, durante duas semanas. Na terceira semana aumente para 30 minutos por dia, quatro vezes por semana. Como complemento, faça exercícios com pesos leves e alongamento;
  • Não adianta ser imediatista quando o assunto é esporte. Os resultados ficam mais evidentes após três meses;
  • Use roupas e calçados adequados, que proporcionem conforto e proteção ao mesmo tempo;
  • A sudorese e a desidratação constituem as principais causas de mal-estar durante o exercício, portanto tenha em mãos uma garrafa de água. O importante é estar hidratado antes, durante e após a prática de qualquer atividade física;
  • Caso apresente qualquer problema de saúde durante um exercício, procure orientação médica. 
Benefícios de praticar atividades físicas
1-Perda de peso
Apenas fechar a boca para perder peso não é o suficiente. O exercício físico é fundamental para ajudar na eliminação dos quilos a mais, assim como para manter o peso. Por isso, faça exercícios regularmente para ficar de bem com a balança.

2- Longe de doenças crônicas! 
Engana-se quem pensa que apenas os gordinhos sofrem de pressão alta, colesterol, etc. A atividade física regular ajuda a prevenir várias doenças crônicas, diminui as taxas do colesterol ruim, ajuda a controlar a pressão arterial e o diabetes tipo 2. Além disso, melhora a circulação sanguínea, previne a osteoporose e alguns tipos de câncer. 

3- Energia de super-herói 
Quanto mais ativo você é, mais ânimo e disposição você tem. A atividade física aumenta a oferta de nutrientes e oxigênio no sangue, regulando o sistema cardiovascular, que trabalha de maneira mais eficiente. A prática de um exercício físico, como uma caminhada, por exemplo, também melhora a capacidade pulmonar. Coração e pulmão trabalhando de forma mais eficaz aumentam a energia e melhoram a sensação de bem-estar. 

4- Rindo à toa
O exercício físico melhora o humor, ajuda a combater a depressão e a ansiedade. Isso porque estimula várias substâncias químicas no cérebro, como a serotonina, ligadas ao prazer e ao bem-estar. Uma simples caminhada, de 30 minutos, já ajuda a relaxar e a descontrair. O importante é encontrar uma atividade física que seja ideal para você. Dançar, lutar boxe, pilates, nadar, caminhar, jogar bola, enfim, faça algo que você goste e logo irá perceber que está mais feliz e de bem com a vida! 

5. Sono dos anjos
A insônia é quase uma epidemia, principalmente nas grandes cidades. Dificuldades para adormecer ou acordar várias vezes durante a noite são comuns. Praticar uma atividade física pode fazer toda a diferença quando o assunto é insônia, afinal nada como dormir bem para sentir-se novo no dia seguinte. 

6- Vida sexual mais ativa
Sabe aquela energia de super-herói que a atividade física proporciona? Que tal pensar que essa disposição também ajuda a melhorar a vida sexual? Isso porque a atividade física nas mulheres pode levar ao aumento da excitação e nos homens diminui a probabilidade do desenvolvimento da disfunção erétil. 

7- Diversão: dois em um
A atividade física pode e deve ser divertida e prazerosa. A questão é encontrar o esporte certo e não precisa ser nada sofisticado. Dançar, fazer caminhadas em parques públicos, na vizinhança, brincar com as crianças, jogar bola com os amigos. Se ficar entediado, tente algo novo. O que importa é praticar com regularidade e obter satisfação. Bom para melhorar sua saúde e ainda para te deixar mais feliz! 

Atividades físicas para crianças
Praticar atividades físicas é muito importante em qualquer idade. Com a modernidade, as crianças estão deixando cada vez mais de realizar exercícios. Os jogos de vídeo game e a televisão estão tomando conta do tempo dos pequenos, enquanto as práticas esportivas ficam de fora, e com isso o sedentarismo começa a se instalar desde cedo. 
Durante a infância, as crianças precisam se exercitar para ter um melhor desenvolvimento físico e até psicológico. Por isso é muito importante incentivar as crianças a praticarem algum esporte, desde que não seja de maneira obrigatória e sim como uma atitude saudável e prazerosa.  
Iniciar a vida adulta com sobrepeso pode aumentar o risco de várias doenças. Assim, é importante prevenir a obesidade e o sedentarismo desde a infância, por meio da prática de atividades físicas e de uma alimentação saudável. 

Perguntas e Respostas
1. Uma pessoa magra e sedentária tem menos riscos de ter problemas no coração?
Não. Ser magro nem sempre é sinônimo de saúde. Um indivíduo pode pesar menos, porém se ele tiver o nível de colesterol ruim (LDL) elevado também tem chances de desenvolver problemas cardíacos. O sedentarismo ajuda a aumentar esse número e ainda a reduzir o nível de colesterol bom no sangue (HDL), o que é ruim para o organismo. 

2. Como se tornar uma pessoa ativa?
Para aqueles que têm a agenda lotada de compromissos, a dica é praticar uma atividade física 30 minutos por dia, todos os dias da semana. Caminhar, andar de bicicleta, usar as escadas, passear com o cachorro, brincar com as crianças, etc. Para quem pode dedicar mais tempo, o ideal é praticar 60 minutos de atividades, de 3 a 5 vezes por semana. Lembre-se: a prática esportiva deve ter a sua cara: dançar, pedalar, nadar, jogar bola. Atualmente existem muitas opções, para todos os públicos e gostos.

3. Qual deve ser a medida dos exercícios para quem está iniciando?
Os iniciantes devem fazer exercícios físicos leves, para que não haja uma sobrecarga cardiovascular e nem muscular. O ideal é começar com práticas aeróbicas, como caminhadas ou andar de bicicleta. A musculação pode ser realizada já no início, desde que a carga também seja leve. É importante ressaltar que é essencial fazer alongamentos antes e depois das atividades, para evitar lesões musculares. 

4. É preciso ter orientação de um profissional para realizar atividades físicas? 
Sim. Toda prática de exercícios deve ter um acompanhamento. Antes de começar, é importante procurar um médico para realizar exames clínicos, como de sangue, que avalia níveis de colesterol e triglicérides, teste ergométrico, para saber se seu corpo está preparado para realizar atividades físicas, medição de pressão arterial e teste de função pulmonar, que irá medir a resistência dos seus pulmões. 
Após ter o resultado desses exames, o segundo passo é procurar um personal trainer ou um profissional de academia. Somente eles estão aptos a recomendar os tipos de exercícios ideais para você. Com a orientação correta, você irá evitar dores, traumas e até lesões musculares que a prática de atividades físicas desorientadas pode gerar. Até mesmo para uma simples caminhada, por exemplo, é importante ter a orientação de um profissional. 

2º ANO 3º BIMESTRE - REGRAS DO BASQUETE

O que é e qual o objetivo do jogo de Basquetebol?

O Basquetebol é um esporte coletivo jogado por duas equipes de 5 jogadores cada. O objetivo do jogo de Basquetebol é marcar pontos jogando a bola na cesta defendida pela equipe adversária.

Quais as medidas e dimensões da quadra de Basquetebol?

De acordo com as Regras do Basquetebol uma quadra de Basquete tem 28 metros de comprimento por 15 metros de largura.

Qual a altura da cesta de Basquetebol?

  • A Cesta de Basquetebol (aro) fica a uma altura de 3,05 metros do solo
  • A tabela de Basquetebol fica a uma altura de 2,90 metros do solo
  • O diâmetro da cesta de Basquetebol (aro) é de 45 centímetros
Medidas e altura da cesta de Basquetebol

Quais os equipamentos usados num jogo de Basquetebol?

Os equipamentos básicos para um jogo de Basquetebol são: tabela de basquete com aro e suporte, bola de basquetebol, cronômetro e um quadro para marcação do placar e de faltas.

Por quantos jogadores é formada uma equipe de Basquetebol?

  • Um equipe de Basquetebol é formada por no máximo 12 jogadores, sendo 5 em quadra e até 7 reservas.
  • Um treinador, um treinador auxiliar e até 5 membros na comissão técnica

Qual a função do treinador de uma equipe de Basquetebol?

  • entregar ao anotador uma lista com os nomes e números dos jogadores de sua equipe pelo menos 20 minutos antes do início da partida
  • Ficar em pé e falar com seus jogadores sem sair da área do banco de reservas

Qual a duração de uma partida de Basquetebol?

Uma partida de Basquetebol é dividida em 4 períodos de 10 minutos cada. Se ao final do último quarto período o jogo estiver empatado, haverá uma prorrogação de 5 minutos e quantas forem necessárias até que o jogo tenha um vencedor.

Regras relacionadas a bola no Basquetebol

  • Bola Viva: É quando a bola está em jogo
  • Bola morta: É quando a bola está fora de jogo
  • Bola ao ar: aplica-se no início do jogo e quando há uma bola presa (quando dois ou mais jogadores adversários estão segurando a bola ao mesmo tempo).
  • A Bola ao Ar também se aplica quando:
    • A bola sai da quadra e o árbitro tem dúvida qual equipe deve fazer a reposição
    • No início de cada período de jogo
    • Dupla falta no último lance livre
    • Se a bola ficar presa entre o aro e a tabela
Regras do Basquetebol: Bola ao alto

Posse de Bola Alternada no Basquetebol

A Posse de Bola Alternada é um procedimento que substitui a Bola ao Ar.
Procedimentos para Posse de Bola Alterada:
  • A equipe que perder a primeira Bola ao Ar terá direito a primeira Posse de Bola Alternada
  • A equipe que tiver direito a próxima posse de bola alternada no final de querquer período, iniciará o próximo período

O Manejo da bola no Basquetebol

Durante o jogo de Basquetebol a bola pode ser tocada apenas com as mãos. Pode ser passada, rolada, lançada ou quicada.
No jogo de Basquetebol não é permitido:
  • Correr com a bola
  • Chutar a bola
  • Bater na bola com o punho
  • Interceptar a bola intencionalmente com qualquer parte da perna
Tocar a bola com a perna de forma não intencional não é uma violação a regra.”

Quantos pontos vale uma “Cesta” no Basquetebol

  • Cesta de um Lance Livre vale 01 ponto
  • Cesta convertida na região delimitada pela linha de 3 vale 02 pontos
  • Cesta convertida fora da região delimitada pela linha de 3 vale 03 pontos
QUANTOS PONTOS VALE UMA CESTA NO BASQUETEBOL
Existe cesta contra no Basquetebol?
“De acordo com as Regras do Basquetebol, se um jogar converter uma cesta em seu próprio aro (cesta contra) de forma não intencional, será marcado 02 pontos para o capitão da equipe adversária. Mas se a cesta contra for intencional, o ponto não será válido.”

Reposição de Bola no Basquetebol

A reposição de bola no Basquetebol é feita fora dos limites da quadra e no local mais próximo onde ocorreu a infração. O árbitro deve, obrigatoriamente, entregar a bola para o jogador que irá fazer a reposição. O jogador terá 5 segundos para realizar a reposição.
Outras situações de reposição de bola no Basquetebol:
  • Após uma cesta convertida a reposição deve ser feita atrás da linha de fundo
  • No início de cada período ou após um lance livre resultante de falta técnica, antidesportiva ou desqualificante a reposição de bola será feita no prolongamento da linha central da quadra, fora da quadra.
  • Se uma cesta for convertida mas não for validada, a reposição ocorrerá fora da quadra no prolongamento da linha de lance livre

O Pedido de Tempo no Basquetebol

Pedido de tempo no Basquetebol é uma interrupção do jogo solicitada pelo treinador de uma equipe e tem duração de 1 minuto.
Cada equipe tem direito a:
  • 02 pedidos de tempo no primeiro tempo de jogo (primeiro e segundo períodos)
  • 03 pedidos de tempo no segundo tempo de jogo, sendo que nós últimos dois minutos pode-se pedir no máximo dois tempos
  • 01 pedido de tempo por tempo extra

Como são feitas as substituições no Basquetebol?

  • Quando a bola estiver fora de jogo, o cronômetro parado e o árbitro terminou a comunicação com a mesa de controle.
  • Quando um jogador recebe a bola para fazer a reposição de bola, não é mais permitido fazer uma substituição.
  • O jogador substituto deve informar a mesa de controle que irá acontecer uma substituição.
SUBSTITUIÇÕES NO BASQUETEBOL?

Jogo Perdido por Ausência ou Exclusão

  • Uma equipe perde o jogo por ausência se não possui 05 jogadores aptos a jogar até 15 minutos após a hora marcada para início do jogo.
  • Uma equipe perde o jogo por exclusão se durante o jogo ficar reduzida a menos de 02 jogadores aptos a jogar.

Violações das Regras do Basquetebol

Toda vez que ocorre uma violação as regras do Basquetebol a bola deve ser concedida ao adversários para reposição de bola fora da quadra do local mais próximo de onde ocorreu a violação.
Violações as Regras do Basquete
Tipos de violações (infrações) as regras do Basquetebol:
  • Jogador ou bola fora de quadra (jogador ou bola são considerados fora de quadra ao entrarem em contato com solo, objeto ou pessoa fora da quadra)
  • Jogador realiza dois drible consecutivos
  • Jogador andar com a bola
  • Jogador permanecer mais de 3 segundos dentro da área restrita adversária (Garrafão) quando sua equipe tem a posse de bola
  • Jogador fica mais de 5 segundos segurando a bola
  • Permanecer com a posse de bola por mais de 8 segundos na quadra de defesa
  • Não realizar um arremesso a cesta adversária dentro do tempo limite de 24 segundos
  • Retornar a bola da quadra de ataque para a quadra de defesa
Regras do Basquetebol: 2 segundos, pé na bola.
“Um jogador na zona de defesa não pode interferir em um arremesso adversário que está em trajetória descendente, nem tocar o aro ou a cesta, caso isso ocorra, será convertido ponto para equipe adversária de acordo com a posição ou situação em que o arremesso foi realizado.”

As Faltas no Basquetebol

Faltas são infrações as regras do Basquetebol referentes a um contato físico ou atitude antidesportiva.
Regras do Basquetebol: Faltas no Basquetebol

Posição Legal de Defesa

Um jogador ocupa uma posição legal de defesa quando está de frente para o adversária, com os pés no solo e ocupando um espaço cilíndrico.
É considerado falta no Basquetebol:
  • Provoca contato com um adversário que está em posição legal de defesa (falta de ataque)
  • Bloquear ou obstruir um adversário estando fora da sua posição legal de defesa
  • realizar carga (empurrar) o adversário
  • Tocar o adversário com as mãos restringindo seus movimentos
  • Agarrar o adversário em qualquer parte do corpo

Tipos de Falta do Basquetebol

Tipos de falta no Basquetebol
  • Falta pessoal: é um contato físico ilegal com o adversário
  • Falta dupla: é quando dois jogadores adversários cometem um falta pessoal ao mesmo tempo. A falta será anotada pela mesa e o jogo se reiniciará normalmente sem nenhum penalidade para as equipes.
  • Falta Técnica: é marcada a partir de um comportamento inadequado dos jogadores ou comissão técnica da equipe
    • O jogador que cometer duas faltas técnica será desqualificado do jogo
    • Se a falta técnica for cometida por um jogador ela contará como falta individual e coletiva da equipe
    • Se forma cometida por um membro do banco não contará como falta coletiva
    • Será concedido um lance livre mais reposição de bola para a equipe adversária
  • Falta Antidesportiva: é uma falta intencional que fere o espírito das regras do jogo
    • O jogador que cometer duas faltas antidesportiva será desqualificado do jogo
    • será concedido lances livres mais reposição de bola para equipe adversária.
      • Se a falta foi cometida em um jogador que não estava em ato de arremesso, a equipe terá direito a 2 lances livre.
      • Se a falta foi cometida em um jogador que estava no ato de arremesso, o arremesso será convertido e a equipe terá mais 1 lance livre.
  • Falta Desqualificante: é uma falta explicitamente antidesportiva.
    • O jogador será desqualificado
    • Se a falta foi cometida em um jogador que não estava em ato de arremesso, a equipe terá direito a 2 lances livre mais reposição de bola
    • Se a falta é sem contacto: 2 lances livres
    • Se a falta é cometida sobre um jogador no ato de lançamento: a cesta é convertida e, adicionalmente, 1 lance livre.
    • Se a falta é cometida sobre um jogador no ato de arremesso e a cesta não é convertida: 2 ou 3 lances livres de acordo com a posição do arremesso.
Falta Técnica e Antidesportiva no Basquetebol
“De acordo com as Regras do Basquetebol se um jogador que cometer 5 faltas deve ser informado por um árbitro e deve abandonar o jogo de imediato. Deve ser substituído em até 30 segundos.”

Faltas de Equipe

Uma falta de equipa são todas as faltas pessoais, técnicas, antidesportivas ou desqualificantes cometida por um jogador.
Uma equipa incorre numa situação de penalidade de faltas de equipa quando tenha cometido 4 faltas de equipa num período.
Quando uma equipa incorre numa situação de penalidade de faltas de equipa, todas as faltas pessoais subsequentes, cometidas por seus jogadores sobre um adversário que não esteja em ato de arremesso, devem ser penalizadas com 2 lances livres, em vez de uma reposição de bola.

Fonte: http://www.dicaseducacaofisica.info/resumo-das-regras-oficiais-do-basquetebol-atualizadas/

2º ANO - 3º BIMESTRE: BASQUETE

 BASQUETE COMO TUDO COMEÇOU

Basquetebol, também conhecido como bola-ao-cesto ou cesto-bola, nasceu da necessidade de exercitar estudantes em Springfield, Massachusetts (EUA), durante o inverno quando não podiam praticar a maioria dos esportes ao ar livre. Foi o canadense James Naismith, professor de educação física, quem o lançou naquela cidade em 1891, e logo o basquetebol propagou-se pelo mundo. No inicio, era praticado por nove homens de cada lado, o jogo tinha como objetivo a marcação de pontos através do arremesso da bola sobre velhas cestas de colher pêssegos, colocados em lados opostos numa altura de 3 metros.
 
O Basquete surgiu em 1891, pelo professor James Naismith do Springfield College, em Massachusetts, nos Estados Unidos da América. Colégio que formava os professores a serviço da associação cristã da juventude, durante a reunião anual, estudaram diversos problemas. a grande preocupação desse ano era o panorama da educação física. Os professores responsáveis por tal área, salientaram a necessidade urgente de uma modificação nas atividades, particularmente durante os meses de inverno, extremamente rigoroso. assistia-se a um desinteresse acentuado, crescente e ostensivo, pelas classes de educação física ministradas em ginásio, dado que os rigores do inverno impediam qualquer tipo de atividade ao ar livre. em muitos casos esse desinteresse dava origem a problemas disciplinares dos alunos, que urgia resolver.
O dr. James Naismith foi então nomeado para professor de educação física da “classe rebelde”. tentou adaptar jogos conhecidos de ar livre, às condições materiais do ginásio, sem resultado, já que os alunos não aceitavam as experiências e rejeitavam as modificações que forçosamente teriam que ser impostas. Depois de várias tentativas, sem sucesso, Naismith foi obrigado a desistir da adaptação de um jogo ou desporto conhecido e dedicou-se ao estudo de uma solução diferente.
Como surge a ideia de novo jogo
Após analisar todos os jogos e experiências tentadas, concluiu que não era solução tentar convencer os jogadores, arreigados às tradições e aos hábitos de jogo, a aceitar uma expressão diferente em jogos que conheciam e praticavam com razoável sucesso. Decidiu fazer um estudo analítico de todos os jogos conhecidos, com a preocupação de identificar os elementos comuns, de comparar processos de jogo e de classificar as ações dominantes.
Esta análise levou Naismith às seguintes conclusões: Os jogos que tinham maior aceitação entre a juventude americana, utilizavam uma bola. as dimensões e o peso da bola eram variáveis, bem como a sua forma, mas os jogos mais populares tinham a bola como elemento comum. Concluiu, imediatamente, que a solução seria encontrar um novo jogo e que este teria de utilizar uma bola. nesse tempo, as bolas que se utilizavam em jogos mais populares podiam dividir-se em bolas grandes e bolas pequenas.
Pensando que as bolas mais pequenas poderiam vir a ocasionar conflitos, nada convenientes à solução do problema disciplinar que o preocupava, já que poderiam ser escondidas e para sua utilização, tornar-se-ia indispensável o uso de equipamentos específicos (ténis = raquete; hóquei em campo = a léu; etc.), abandonou, definitivamente, a hipótese de um jogo com bola pequena.
O novo jogo deveria utilizar uma bola grande e leve, que poderia ser manejada com facilidade e que não pudesse ser escondida pelos jogadores.
Não se preocupou, Naismith, se a bola deveria ser oval ou redonda, mas sim com a forma de jogar e com as situações mais favoráveis num jogo com bola grande. No futebol americano o jogo corria-se com a bola e no ginásio tal situação não era aconselhável.
nova conclusão tirou : o novo jogo não permitia o transporte da bola durante a corrida ; seria, portanto, proibido correr com a bola nas mãos.
Tentando ir de encontro à ação individual que tanto agradava à juventude americana, viu que não havia muito por onde escolher. os gestos mais frequentes em todos os jogos eram o lançamento, o arremesso, o batimento, o agarrar.
A partir daqui faltava no entanto, o fator mais importante – a finalidade do jogo -! para encontrar um vencedor, o que é que os jogadores tinham de fazer ?
Como se obteria o resultado do jogo ? todos os jogos têm um objetivo específico, na finalidade próxima, à volta da qual se elabora o processo do jogo.
A finalidade do jogo
Passadas todas estas fazes, mandou chamar o superintendente do colégio e perguntou-lhe se tinha duas caixas de madeira, quadradas, com 18 polegadas de lado, respondendo este que dispunha de dois cestos de pêssegos. eram mais largos em cima do que em baixo. Naismith pregou-os no balcão, em cada uma das extremidades do ginásio do Springfield College.
antes de fazer a primeira experiência com os “alunos rebeldes”, elaborou as primeiras regras - 13 – o nome do jogo - basquete -, foi sugerido por um aluno, já que era jogado com cestos e bola, tendo obtido a concordância do dr. Naismith. não se supunha, nem se imaginava, sequer, que o novo jogo iria, em 50 anos, transformar-se num dos desportos mais praticados no universo do desporto.

 A QUADRA DE BASQUETE

A quadra de basquete deve ser retangular, plana, sólida e livre de obstáculos. De acordo com as novas regras da FIBA, seu comprimento deve ser de 28m e a largura de 15, sendo que as linhas limítrofes não fasem parte da quadra de jogo. Estas dimensões são obrigatórias para campeonatos internacionais, para as outras competições, a entidade responsável poderá autorizar jogos em quadras com a medida antiga, de 26m por 14.

Todas as linhas da quadra deverão possuir 5cm de largura e todas de uma mesma cor, preferencialmente branca. Paralelo às linhas de fundo, exatamente no centro da quadra, deverá ser traçada a linha central. A partir de seu centro deverá ser desenhado um círculo de 1,80m de raio. O círculo pode ser de cor diferente da quadra, porém, se pintado, deve ser da mesma cor dos “garrafões”.

Para e delimitar a zona de cesta de três pontos deve-se fazer o seguinte: Traçar uma linha imaginária, partindo do ponto central do aro e paralela a linha de fundo, de 6,25m para cada lado. Perpendicularmente a linha de fundo, deve-se traçar uma linha reta até a distancia desta linha imaginária. A partir daí a linha de três pontos deve ser equidistante ao centro do aro, a uma distância de 6,25m.

Para desenhar o “garrafão”, deve-se fazer o seguinte: Achar o ponto médio da linha final, marcar 3m para cada lado. Traçar uma linha imaginária, a partir do ponto médio, até uma distância de 5,8m, este será o ponto central da linha de lance-livre, que deve ter 3,6m de comprimento, deve-se ligar as bordas da linha de lance-livre até os pontos a 3m do centro da linha final com uma linha diagonal. A circunferência ao redor da linha de lance-livre tem 1,8m de raio, e a parte no interior do garrafão deve ser pontilhada.

A tabela.
A tabela deve ser construída em peça única e ser, preferencialmente, transparente, feita de vidro temperado. Caso não seja transparente, deve ser pintada de branco.
As linhas deverão ter 5 cm e devem ser pintadas de branco, caso a tabela seja transparente; ou de preto, nos outros casos; e devem ter as medidas indicadas acima.
Elas devem estar colocadas a 1,20m de distância da linha final e a 2,9m de altura.

O aro.
Os aros deverão ser constituídos de ferro sólido, com diâmetro interior de 45 cm, pintados na cor laranja. O metal dos aros será de 20 mm de diâmetro, com a adição de pequenos ganchos, na parte inferior, ou outro dispositivo semelhante, para fixar a rede. As redes deverão ficar solidamente fixadas às tabelas, num plano horizontal, na altura de 3, 05 do piso e eqüidistante das bordas verticais da tabela. O ponto mais próximo da borda interior dos aros deverá estar à 15 cm da superfície da tabela.

 

Fundamentos do Basquete

Quais os principais fundamentos do basquete?
Os principais são: passe, drible, arremesso, lance-livre e rebote.

PASSE
•Passe de peito - Trazendo já bola junto ao peito, com o peso do corpo na perna coordenando movimento dos braços com os pulso, a bola à frente do corpo, lançá-la com as mãos na direção do movimento.

•Passe picado - É idêntico ao passe de peito, com a diferença de que a bola toque no chão antes de chegar às mãos do jogador que vai recebê-la. v Passe por cima da cabeça - Elevando a bola acima da cabeça com ambos os braços, lançá-la com um forte movimento dos pulsos, sem baixar os braços.

•Passe de gancho - A bola é segura pela mão que vai lançá-la bem junto ao punho, dedos espalhados na bola. Com um passo atrás ou para o lado, dar um solto com um giro no ar simultâneo ao lançamento da bola através de um movimento circundante do braço.

•Passe de ombro - A bola é segura com ambas as mãos, com os dedos apontados para cima. Os cotovelos devem ser flexionados, a bola se manterá junto ao corpo com o ombro alto e a execução do passe deverá ser feita pela extensão do braço, cotovelo e punho.

DRIBLE
•Corpo abaixado, cabeça elevada, joelhos flexionadas, impulsionar a bola com a flexão do pulso.

ARREMESSO
•Bandeja - É um arremesso em movimento que pode ser feito com passe ou driblando. Em ambos, o jogador tem direito a dois tempos rítmicos, ou seja, ao receber a bola ou interromper o drible o jogador define o pé de apoio (1º tempo rítmico), tendo direito ao segundo tempo rítmico com mais um passo. No entanto, a bola deverá ser lançada à cesta antes que o jogador toque o solo.

•Com uma das mãos -
Partindo da posição fundamental, com o peso do corpo na perna da frente, bola na altura do peito, o jogador flexionará as pernas simultaneamente à elevação da bola acima da cabeça. O arremesso termina com a extensão completa do braço, pulso flexionado e com o último contato da bola através das pontas dos três dedos médios da mão.

•Jump, com drible e parada - Driblando em direção à cesta, parando numa posição de equilíbrio, flexionara as pernas, saltar elevando a bola acima e à frente da cabeça com ambas as mãos, executar o arremesso apenas com uma das mãos.

•Gancho - O jogador de posse da bola, dribla em direção à cesta mantendo seu corpo entre a bola e o adversário. Para, olha para a cesta, salta girando o corpo no ar com o lançamento da bola em movimento circundante do braço, caindo de frente para a cesta.

LANCE-LIVRE
•É igual ao arremesso com uma das mãos, efetuado da linha do lance-livre, sem marcação e tendo cinco segundos para a execução. É importante que o jogador mantenha o peso do corpo na perna da frente, concentre-se e bloqueie a respiração antes do arremesso.

REBOTE
•Partindo da posição de guarda, o jogador da defesa procura através de um trabalho de pernas evitar que o adversário tome a sua frente para o rebote. É importante, durante o lançamento da bola, que o defensor não olhe para a trajetória da bola, e sim o jogador que esteja marcando. 1º caso: Quando o adversário correr para o rebote pelo lado da perna de trás do defensor, basta a este fazer o giro na perna de trás. 2º caso: Quando o movimento para a cesta for feito pelo lado da perna da frente, o defensor efetuará dois movimentos de giro. O primeiro pela perna da frente e o segundo igual ao 1º caso.

2º ANO - 3º BIMESTRE: "Esportes: Mídia e Capitalismo"


Resumo
          O esporte moderno tornou-se um fenômeno cultural de enormes proporções, com grande espaço na mídia, gerador de lucros estrondosos e um dos principais produtos culturais do capitalismo. O uso dos eventos esportivos, pelos responsáveis pelo grande capital historicamente, mostra-se sobre duas formas: a primeira caracteriza-se pela busca da rentabilidade financeira e a segunda pela busca em ofuscar o senso crítico da população, legitimando a sua dominação. Assim, esse trabalho centra-se na investigação da contribuição das práticas esportivas para atenuação de manifestações de resistência na sociedade capitalista e na análise da relação intrínseca entre esporte e capitalismo. Para tanto, adota-se como metodologia a revisão bibliográfica dos pressupostos teóricos da Teoria Crítica do Esporte e as contribuições de Adorno, Marcuse, Brohm e Rigauer sobre a tématica. Ante o exposto, conclui-se pela necessidade de uma profunda reflexão do profissional de Educação Física e outros profissionais ligados ao esporte, afim de buscar alternativas e formas de contestação da realidade em que o esporte atual se encontra.
          Unitermos: Esporte. Jogos Olímpicos. Teoria Crítica do Esporte.

Introdução
    O esporte no mundo globalizado tem ganhado significativa importância para as políticas governamentais como elemento dispersador de manifestações populares contra as condições indignas de vida, como artifício para legitimar governos autoritários ou ainda para desviar a atenção de escândalos e problemas estruturais. No entanto, a crítica ao paradigma esportiva é marcada pelo fato de que a instituição esportiva, se organizou em torno do capitalismo industrial e ainda utiliza-se do esporte como aparelho ideológico do Estado, na tentativa de consolidar a ideologia burguesa.
   
 Diante disso, Alexandre Fernandez Vaz faz um comentário da origem de tais críticas sobre o esporte na sociedade contemporânea:

   [...] tem origem na constatação de que seria ele, com suas técnicas e regras, uma forma de domínio do corpo e de suas expressões, que por sua vez, estaria relacionado com o predomínio da ordem econômica-social capitalista (2001, p.88).
  
  É importante ressaltar, que o esporte na sociedade capitalista assumiu um caráter ideológico e interesseiro na busca do rendimento financeiro pautado, entre outros aspectos, no consumo de roupas esportivas, na criação de complexos multinacionais esportivos e na exploração da imagem televisiva. Esses complexos patrocinam eventos esportivos com a intenção de elevar suas vendas e expandir seu capital, levando ao público consumidor o fetichismo da marca. A comercialização do espetáculo esportivo comprova que o objetivo do esporte de competição é o lucro, porque os organizadores e promotores se interessam, sobretudo pela rentabilidade econômica (PRONI, 2002).
  
  Ante aos problemas supracitados, alguns estudiosos se destacaram na procura de explicar o fenômeno esportivo de forma crítica. Nesse contexto, surge a partir da década de 60 do século XX um movimento teórico nas Ciências Sociais, que ficou conhecido como Teoria Crítica do Esporte, que tomou o esporte como tema de pesquisa, enfatizando em suas críticas a relação desse fenômeno com a cultura, economia e política. Deste modo, a Teoria Crítica do Esporte procurou mostrar a relação conceitual entre o esporte e o trabalho, reforçando o seu caráter de mercadoria, de refinador e disseminador da ideologia capitalista (VAZ, 2001).
   
 Em linhas gerais, Valter Bracht, faz uma sistematização das teses que regem a Teoria Crítica do Esporte, destacando-se as teses da coisificação e da alienação defendidas pelo filósofo Theodor Adorno:
  
  [...] Tese da coisificação ou alienação. Essa tese resumidamente propõe que a sociedade e os homens não são aquilo que em função de suas possibilidades e sua natureza poderam ser. Isso transparece nas sociedades industriais principalmente no mundo do trabalho. Como causa, temos um tipo de pensamento que se efetiva na razão instrumental ou racionalidade técnica. Isto é, as relações sociais em seu conjunto são norteadas por uma razão instrumental, coisificando-as (BRACHT, 2003, p.28).

    Nessa mesma linha de argumentação, a obra de Herbert Marcuse também foi utilizada pelos intelectuais da Teoria Crítica do Esporte, especialmente a reflexão a respeito da repressão e da manipulação exercidas pelo sistema capitalista industrial:
  
  [...] De acordo com essa tese, a sociedade moderna altamente tecnologizada, industrializada e 
desenvolvida, representa um sistema de repressão, dominação e manipulação (BRACHT, 2003, p.29).

    A principal crítica de Marcuse consiste no fato de que a sociedade capitalista impôs um grau de repressão exacerbado, totalmente desnecessário. Dessa forma, o domínio do principio de rendimento sobre o corpo e a alma tornou-se instrumento de incremento da capacidade do trabalho alienado (BRACHT, 2003).

   Nos estudos de Vaz (2001; 2005), o mesmo relata a contribuição de Bero Rigauer e Jean-Marie Brohm para a Teoria Crítica do Esporte. Dessa maneira, a tese central de Rigauer (1969), consiste no fato que o esporte não é um sistema à parte, mas de diversas formas interligado com o desenvolvimento social, cuja origem está na sociedade burguesa e capitalista.

   Assim, o esporte moderno capitalista, está presente no nosso cotidiano, e assim suas marcas estão cada vez mais enraizadas em outros segmentos da vida social. Vale lembrar a afirmação de Rigauer sobre essa temática:

   Embora constitua um espaço específico de ação social, o esporte permanece em interdependência com a totalidade do processo social, que impregna com suas marcas fundamentais: disciplina, autoridade, competição, rendimento, racionalidade instrumental, organização administrativa, burocratização, apenas para citar alguns elementos (1969, p.7)

    Não obstante, o caráter ideológico do esporte estaria ainda ligado aos interesses do Estado. Dessa maneira, Brohm (1976) sintetiza a função ideológica do esporte, conceituando-o como um aparelho ideológico do estado que cumpre um triplo papel: reproduz ideologicamente as relações sociais burguesas, tais com hierarquia, subserviência, obediência; propaga uma ideologia organizacional específica para a instituição esportiva, envolvendo competição e recordes; transmite em larga escala, os temas universais da ideologia burguesa, como o mito do super-homem, individualismo, ascensão social, sucesso e eficiência.

    Entre as diversas críticas feitas ao esporte vale lembrar mais uma consideração de Theodor Adorno, ao salientar “o caráter de crueldade na relação com o próprio corpo e o irracionalismo presente nos espetáculos esportivos de massa” (VAZ, 1999, p.1183). Destarte, Adorno estava convencido de que a competição estimularia os homens a tratar-se com agressividade, além de manter formas arcaicas de violência física (MAGALHÃES, 2005). Entretanto, Adorno admite valores positivos no esporte, mas que estão condicionados a retirada do grau de competição excessivo. Isso poderia permitir que os indivíduos respeitassem os mais fracos e teriam vivência do jogo, permitindo a existência de liberdade e satisfação entre seus participantes (MAGALHÃES, 2005).
  
  De tal modo, tais teses foram esboçadas até aqui como referencial e perspectiva, para as discussões abordadas no presente artigo. Tendo como objetivo geral de estudo a investigação da contribuição das práticas esportivas para atenuação de manifestações de resistência na sociedade capitalista e como objetivos específicos a relação entre esporte e capitalismo.

    Para tanto, adota-se como metodologia a revisão bibliográfica dos pressupostos teóricos da Teoria Crítica do Esporte e as contribuições de T. Adorno, H. Marcuse, Jean-Marie Brohm e Bero Rigauer para a problemática do esporte na sociedade capitalista. A temática esboçada será abordada nos tópicos que compõe o artigo “Esporte de rendimento: propaganda e ideologia burguesa” e “Eventos esportivos e o interesse dos regimes políticos: a busca por ofuscar o senso crítico”, posteriormente expõe-se o esforço de análise e síntese realizado nas considerações finais.

Esporte de rendimento: propaganda e ideologia burguesa

   Em tempos de abertura e globalização econômica, o esporte está se transformando num gigantesco fenômeno social, político e financeiro, cada vez mais presente no cotidiano da população. Não é equivocada a declaração de que o esporte é um dos fenômenos mais expressivos da atualidade (BRACHT, 2003).

   O fenômeno esportivo tomou a cultura corporal, como expressão hegemônica, ou seja, a cultura corporal esportivizou-se (BRACHT, 2003). Assim, os princípios que passaram a reger o esporte são o rendimento financeiro e os resultados competitivos. Exemplos de suas manifestações são as transmissões de jogos pela televisão, o espaço reservado aos programas esportivos, o aumento do número de jornais e revistas especializados, a construção de praças esportivas e a proliferação de academias. Para Proni (1998), essa expansão que a mídia produziu ao esporte ocasiona a expansão de bens de consumos ligado a cultural corporal:
   
 [...] ao longo do século XX, a difusão de hábitos esportivos e a conformação de uma cultura de massa levaram à expansão do consumo de artefatos, equipamentos e serviços relacionados à prática esportiva, assim como transformaram os principais eventos esportivos em espetáculos altamente veiculados pela mídia (1998, p.82).
  
  Atualmente, o esporte é considerado uma das atividades econômicas que mais crescem nos mercados globalizados, o que tem estimulado a entrada de grandes corporações empresariais e tem requerido métodos modernos de administração (PRONI, 1998). É importante ressaltar que a evolução do esporte acompanhou os avanços tecnológicos, impulsionando o surgimento e o consumo de vestimentas e materiais esportivos com o objetivo de colaborar com o mercado e a indústria capitalista. Muitos indivíduos usam roupas esportivas sem saber para que esporte aquela roupa seja adequada, apenas usam tais roupas porque estão na moda ou porque determinado atleta usa aquela marca.
   
 Aproveitando a vinculação de atleta e marca as multinacionais esportivas incluíram o desenvolvimento de produtos com o aval de atletas e entidades esportivas de várias partes do mundo, buscando ampliar seus mercados. E de fato tem conseguido, pois a campanha da Nike em 1996, na tentativa de ampliar seus mercados na Ásia, Europa e America do Sul, gastou cerca de US$ 100 milhões com patrocínio a atletas e entidades esportivas e suas vendas globais alcançaram a casa dos US$ 5 bilhões (PRONI, 1998).
    Nessa linha de pensamento, Taffarel e Santos Jr. (2006) ressaltam que o esporte e sua organização alienam, manipulam e mantêm uma elite esportiva sob a máxima “mais alto, forte e veloz” que efetivamente joga e disputa medalhas. Dessa forma, reservam-se ao grande público as ações de assistir, bater palmas e comprar os subprodutos da indústria cultural esportiva (camisetas, chapéus, fitas, bandeiras, bebidas etc.).
   
 A divulgação e o espaço dado ao esporte pela cobertura midiática o auxiliam a cumprir sua função de instrumento para abrir mercados de bens supérfluos e desnecessários. Assim, as “multinacionais esportivas” usam os eventos esportivos para vender cada vez mais seus produtos, explorando a mão-de-obra barata dos países subdesenvolvidos. Sendo de tal modo, pode-se afirmar que o esporte assume função de colaborar com o sistema capitalista. As “oligarquias esportivas” não escondem sua cooperação com grupos de interesses que transformaram a atividade esportiva em um negócio dominado pela busca da rentabilidade (BROHM, 2000). Diante disso, os patrocínios a equipes e torneios esportivos cresceram, quando as empresas perceberam que era mais barato e eficaz, associar suas marcas as grandes emoções dos eventos competitivos (PRONI, 1998).

Eventos esportivos e o interesse dos regimes políticos: a busca por ofuscar o senso crítico
   
 Diante da exposição a respeito da estreita ligação entre esporte e a ordem capitalista, constatou-se que o esporte organizou-se em torno da ideologia dominante da classe burguesa. Porém quais seriam os meios que a classe dominante utilizou-se e utiliza-se do esporte para auxiliar a legitimação do seu poder? E qual seria a contribuição dos eventos esportivos?
  
  O esporte é usado para desviar atenção e atenuar as tensões sociais. Nesse âmbito, oferece uma compensação às insuportáveis condições de vida das camadas sociais mais baixas. Dessa forma, o esporte lazer e o esporte espetáculo desviam atenção da população dos movimentos políticos para as competições esportivas. Em relação a essa assertiva Bracht (2003) considera que o esporte provoca um desinteresse político, ou seja:
  
 Ao lado do conteúdo ideológico veiculado pelo esporte, o intensivo engajamento no esporte provocaria um desinteresse político. O interesse nas tabelas dos campeonatos, nos ídolos esportivos etc. impediria a formação da consciência política e o conseqüente engajamento político. Além disso, a prática do esporte levaria à adaptação às normas e ao comportamento competitivo, básicos para estabilidade e/ou reprodução do sistema capitalista (2003, p.31).
  
  Vale ressaltar que os eventos esportivos foram e são usados historicamente com o propósito de contribuir para a coesão social e propagar os feitos e valores de regimes políticos e países. Exemplo que justifica tal afirmação foi os Jogos Olímpicos de Berlin – Alemanha em 1936. Na ocasião referida, o desporto forneceu um palco para a estética e moral nazista e foi utilizado como veículo de propaganda pelo regime hitleriano. Sendo assim, uma restauração do ideário neoclássico das olimpiadas, retomando elementos mitológicos travestidos nos atletas arianos (VAZ, 2005).

   E ocorreu ainda nos jogos referidos a redução dos corpos a mera fisiologia, na busca de mostrar que a raça ariana e superior ao resto do mundo. Nessa linha, não foi díficil o nazismo estabelecer, contra os corpos de judeus, ciganos, homossexuais, uma paralelo entre a restauração dos padrões mitológicos da Grécia Antiga e os germânicos, vinculados também a um corpo ariano esportivizado (VAZ, 2001). Durante os jogos, a Alemanha reduziu a repressão anti-judia com o propósito de melhorar sua imagem perante as demais nações, ao mesmo tempo, em que o governo alemão participou de uma campanha diplomática tentando captar a simpatia de estrangeiros que visitaram a Alemanha durante os jogos.
  
  Outro exemplo relevante encontra-se na história brasileira na campanha ufanista do "Brasil potência" anos 70 do século XX. Essa campanha ideológica foi alimentada, entre outros fatores, pela conquista da terceira Copa do Mundo de Futebol em 1970 no México, e a propagação do mote de significado dúbio: "Brasil, ame-o ou deixe-o". Período governado pelo presidente-general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) conhecido como os “anos de chumbo da ditadura”, devido à violenta repressão promovida contra opositores do regime militar. Nessa esfera, enquanto o Brasil inteiro estava torcendo e vibrando com a seleção brasileira de futebol, prisioneiros políticos foram torturados nos porões da ditatura militar e muitos tornaram-se vítimas do regime militar (SHIKIDA E SHIKIDA, 2004).
    
    A partir da exposição desse fato histórico pode-se afirmar que a vibração pela Seleção Brasileira de futebol contribui para ofuscar o senso crítico dos Brasileiros e diminuir sua participação na vida política do país, especialmente, nas ações e leis aprovadas e formuladas no senado e no congresso contra os trabalhadores. Portanto, o esporte desenvolve um ritual que reforça o comportamento e pensamento nacionalista, sendo assim as injustiças sociais podem ser compensadas por uma identificação com a nação no contexto do confronto esportivo internacional (BRACHT, 2003).
    
   Outro exemplo paradigmático foram as Olimpíadas da China realizadas em Beijing 2008, objeto de crítica de Jean-Marie Brohn desde 2000. O mundo fechou mais uma vez seus olhos para as violações dos direitos humanos com o objetivo do sucesso da “festa olímpica”, que serviu para a propaganda de um regime totalitário. Para Brohm (2000), serão esquecidos os campos de trabalhos forçados, a ocupação do Tibete, a repressão sangrenta da Praça Tienanmen e as execuções públicas dos condenados à morte. E o esporte, com seu “humanismo falso”, servirá de justificativa a uma operação de marketing político para a burocracia chinesa. Como de hábito, a “finalidade sem fim” do esporte legitimará o monopólio da violência ilegítima de um governo (BROHM, 2000).

Considerações finais

    Diante das discussões, contatou-se, que o esporte que está presente em nosso cotidiano é um dos fenômenos mais expressivos da atualidade, devido a sua importância na mídia e acompanha os avanços tecnológicos. Com a globalização do esporte se abre mercados consumidores de materiais esportivos desnecessários, explorado pelas multinacionais esportivas, fato que demonstra que o esporte tornou-se um negócio orientado exclusivamente pela busca e maximização do lucro. Assim as multinacionais esportivas usam o rendimento do atleta na tentativa de cada vez mais superar os seus lucros, como se fosse à tentativa de quebrar os records esportivos.

    Nesse sentido, o esporte passa a aderir os princípios da ideologia burguesa tais como, o individualismo, ascensão social, sucesso, eficiência e rendimento. Portanto o esporte passa a ser entendido na sociedade moderna, através de suas técnicas e regras como colaborador do sistema capitalista, sendo comparado com o trabalho alienado.

    Outro ponto relevante dessa discussão seria o fato do interesse da população na vasta gama de eventos esportivos, promovidos pela esfera governamental, gera um desinteresse político muito aproveitado pelos regimes políticos para impor sua forma de governo, geralmente autoritário.

    Conclui-se que o fenômeno de expansão do esporte esta ligado com a ordem burguesa, assim o esporte em nossa sociedade tem dois objetivos: a busca do rendimento financeiro e a atenuação dos problemas sociais vivido pela população. Nesse aspecto, procurou-se trazer a tona fundamentos para a reflexão de profissionais de Educação Física e profissionais do esporte, que através de sua atuação poderão contribuir para a contestação dessa realidade em que o esporte se encontra.

Referências
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·         BROHM, Jean-Marie. Esporte, um grande negócio: A lei da selva. 2000. Disponível em http://diplo.uol.com.br/2000-06,a1774?var_recherche=esporte acesso em 20 dez 2007.
·         BROHM, Jean-Marie. Sociologie politique du Sport. In: BERTHAUDE, G. e col. Sport, culture et repression. Paris:FM, 1976.
·         BROHM; Jean-Marie; PERELMMAN; Marc; VASSORT; Patrick. A ideologia do esporte-espetáculo e suas vítimas. 2004. Disponível em http://diplo.uol.com.br/2004-06,a931 acesso em 20 dez 2007.
·         CASTELLANI FILHO, L. Educação Física no Brasil: a história que não se conta. Campinas: Papirus, 1991.
·         MAGALHÃES, Carlos Henrique Ferreira. Breve histórico da Educação Física e suas tendências atuais a partir da identificação de algumas tendências de ideais e idéias de tendências. In: Revista da Educação Física/UEM. v.16, n.1, p.91-102, 2005.
·         PRONI, M. V. Marketing e organização esportiva: elementos para uma história recente do esporte espetáculo. Revista conexões. v. 1, n.1, 1998.
·         PRONI, M.W. Brohm e a organização capitalista do esporte. In: PRONI, M. W.; LUCENA, R. F. (orgs.). Esporte: história e sociedade. Campinas, SP: Editores Associados, 2002.
·         SHIKIDA e SHIKIDA. É o futebol o ópio do povo? Uma abordagem econômica preliminar. Ibmec MG Working Paper – WP19. Belo Horizonte, 2004.
·         RIGAUER, Bero, Sport und Arbeit. Frankfurt am Main: Suhrkamp. 1969
·         TAFFAREL e SANTOS JR. Como iludir o povo com o esporte para o público. 2006 Disponível em http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/669.htm acesso em 15 out 2007.
·         VAZ, A.F. Teoria crítica do esporte: origens, polêmicas, atualidades. Esporte e sociedade: Rio de Janeiro. V.1, n.1, p.1-23, 2005.
·         _____. Técnica, esporte, rendimento. Revista Movimento: Porto Alegre. V.7, p.87-99, 2001.
·         ____. Dos fenômenos sociais e suas ambigüidades: comentários de Theodor W. Adorno sobre o esporte. In: CONBRACE, 11, 1999, Florianópolis. Anais...UFSC, 1999. P. 1183-1190.

Fonte: http://www.efdeportes.com/efd127/esporte-espetaculo-e-capitalismo.htm