domingo, 12 de junho de 2016

Celular: “use com educação”




“Nenhum instrumento ou tecnologia inventada pelo homem pode ser intrinsecamente positivo ou negativo, certo ou errado, útil ou perigoso. É só a utilização que disso se faz, que pode ser julgada com regras éticas”. 
 
Nestes últimos anos assistimos e vivemos a invasão do celular em nossas vidas.  Este aparato tecnológico se tornou imprescindível para a vida dos jovens e ao mesmo tempo, as pessoas das mais diversas idades estão se rendendo aos seus encantos e também a sua praticidade no dia a dia.

“O número de aparelhos celulares se aproxima do número de habitantes do planeta. Segundo levantamento da União Internacional de Telecomunicações, até o final do ano, chegaremos bem perto dos sete bilhões de aparelhos em funcionamento – o que representa 96% da população da Terra.”

O celular é o aparelho tecnológico mais vendido atualmente. Ele, que há alguns anos atrás, além da facilidade de comunicação móvel (fazer, receber ligações e enviar mensagens de texto), hoje permite inúmeras funcionalidades e dentre elas, as que mais atraem são: a possibilidade do acesso à internet (baixar filmes, jogar online) filmar, fotografar e poder instantaneamente compartilhar toda essas produções em redes sociais. 

Concordo que ele salva vidas, nos aproxima dos distantes, nos orienta geograficamente, nos desperta todas as manhãs e tantas outras funções que nos são úteis.   No entanto, esta tecnologia tão fascinante é ao mesmo tempo assustadora.  O que mais me impressiona são algumas atitudes como falar ao celular dirigindo um automóvel, fotografar e filmar vítimas de acidente, de violência física e moral; cenas de sexo expondo o sofrimento das vítimas e dos seus familiares.   É preocupante como o sofrimento, a dor, a morte e o sexo estão sendo banalizados nas redes sociais Lamentavelmente!

Observamos que é raro uma conversa não ser interrompida pela chegada de uma mensagem ou chamada no celular. Atender ou responder, independente de onde ou com quem se esteja já não se configura mais falta de educação.

O que dizer então, desta frase? A sociedade está se transformando em autismo coletivo. Quantas vezes nos deparamos com seguinte cena: inúmeros jovens em uma mesa, todos com o celular nas mãos, interagindo somente por meio de mensagens via celular?

Assistimos e vivemos também a entrada e o crescimento do uso do celular nas escolas. Praticamente todos os alunos os têm e dispõem de tempo para utilizá-lo. Não é incomum ouvirmos queixas dos professores em relação ao uso indiscriminado em sala de aula e, dos pais, a reclamar que seus filhos “não desgrudam” deste aparelho. Não dá para ignorar esta realidade. A tecnologia está aí com todas as benesses e prejuízos. Então, como transformar esta tecnologia em uma aliada na aprendizagem?  Será que nós educadores estamos abertos para essa mudança?

A proposta de muitos teóricos em educação é a de que as escolas precisam propor a integração do celular na prática pedagógica (estudos e pesquisas), pois, desta maneira, será possível proporcionar mudanças na forma de como o aluno utiliza esta tecnologia em sala de aula. Sensibilizar para que ele entenda “o como, o porquê e o quando” da sua correta utilização.  De escola proibitiva, tornar-se uma escola concessiva, exigindo novos papéis para o professor e para o aluno: o primeiro precisa ser o mediador desse processo e o segundo, o sujeito da aprendizagem. Neste sentido então, o professor necessita adequar seu planejamento às necessidades, especificidades e a realidade dos alunos.  A realidade digital!    (...) "É na ação do professor em sala de aula e no uso que ele faz dos suportes tecnológicos que se encontram a sua disposição, que são novamente definidas as relações entre o conhecimento a ser ensinado, o poder do professor e a forma da exploração das tecnologias disponíveis para garantir uma melhor aprendizagem de seus alunos." Kenski

É importante que o professor defina regras e faça acordos sobre o uso desse dispositivo. Se houver consenso, os problemas passam a ser pontuais e de fácil resolução, não comprometendo a qualidade da aula. Desta forma, o professor vai atrair a atenção dos alunos e obter êxito em seus objetivos, além de atingir resultados mais satisfatórios na aprendizagem.

Rosemari Elizabeth Dunck Oliveira
Pedagoga com Especialização em Metodologias de Ensino e Coordenação Pedagógica. 
CEM Castro Alves