“Nenhum instrumento ou tecnologia inventada pelo homem pode ser intrinsecamente positivo ou negativo, certo ou errado, útil ou perigoso. É só a utilização que disso se faz, que pode ser julgada com regras éticas”.
Nestes últimos anos assistimos e vivemos
a invasão do celular em nossas vidas. Este
aparato tecnológico se tornou imprescindível para a vida dos jovens e ao mesmo
tempo, as pessoas das mais diversas idades estão se rendendo aos seus encantos
e também a sua praticidade no dia a dia.
“O número de aparelhos celulares se
aproxima do número de habitantes do planeta. Segundo levantamento da União
Internacional de Telecomunicações, até o final do ano, chegaremos bem perto dos
sete bilhões de aparelhos em funcionamento – o que representa 96% da população
da Terra.”
O celular é o aparelho tecnológico
mais vendido atualmente. Ele, que há alguns anos atrás, além da facilidade de
comunicação móvel (fazer, receber ligações e enviar mensagens de texto), hoje permite
inúmeras funcionalidades e dentre elas, as que mais atraem são: a possibilidade
do acesso à internet (baixar filmes, jogar online) filmar, fotografar e poder
instantaneamente compartilhar toda essas produções em redes sociais.
Concordo que ele salva vidas, nos
aproxima dos distantes, nos orienta geograficamente, nos desperta todas as
manhãs e tantas outras funções que nos são úteis. No
entanto, esta tecnologia tão fascinante é ao mesmo tempo assustadora. O que mais me impressiona são algumas
atitudes como falar ao celular dirigindo um automóvel, fotografar e filmar
vítimas de acidente, de violência física e moral; cenas de sexo expondo o
sofrimento das vítimas e dos seus familiares. É preocupante como o sofrimento, a dor, a
morte e o sexo estão sendo banalizados nas redes sociais Lamentavelmente!
Observamos que é raro uma conversa
não ser interrompida pela chegada de uma mensagem ou chamada no celular.
Atender ou responder, independente de onde ou com quem se esteja já não se
configura mais falta de educação.
O que dizer então, desta frase? A sociedade
está se transformando em autismo coletivo. Quantas vezes nos deparamos com
seguinte cena: inúmeros jovens em uma mesa, todos com o celular nas mãos, interagindo
somente por meio de mensagens via celular?
Assistimos e vivemos também a
entrada e o crescimento do uso do celular nas escolas. Praticamente todos os
alunos os têm e dispõem de tempo para utilizá-lo. Não é incomum ouvirmos
queixas dos professores em relação ao uso indiscriminado em sala de aula e, dos
pais, a reclamar que seus filhos “não desgrudam” deste aparelho. Não dá para
ignorar esta realidade. A tecnologia está aí com todas as benesses e prejuízos.
Então, como transformar esta tecnologia em uma aliada na aprendizagem? Será
que nós educadores estamos abertos para essa mudança?
A proposta de muitos teóricos em
educação é a de que as escolas precisam propor a integração do celular na prática
pedagógica (estudos e pesquisas), pois, desta maneira, será possível
proporcionar mudanças na forma de como o aluno utiliza esta tecnologia em sala
de aula. Sensibilizar para que ele entenda “o como, o porquê e o quando” da sua
correta utilização. De escola
proibitiva, tornar-se uma escola concessiva, exigindo novos papéis para o
professor e para o aluno: o primeiro precisa ser o mediador desse processo e o
segundo, o sujeito da aprendizagem. Neste sentido então, o professor necessita adequar
seu planejamento às necessidades, especificidades e a realidade dos
alunos. A realidade digital! (...) "É na ação do professor em sala de
aula e no uso que ele faz dos suportes tecnológicos que se encontram a sua
disposição, que são novamente definidas as relações entre o conhecimento a ser
ensinado, o poder do professor e a forma da exploração das tecnologias
disponíveis para garantir uma melhor aprendizagem de seus alunos." Kenski
É importante que o professor defina
regras e faça acordos sobre o uso desse dispositivo. Se houver consenso, os
problemas passam a ser pontuais e de fácil resolução, não comprometendo a
qualidade da aula. Desta forma, o professor vai atrair a atenção dos alunos e obter
êxito em seus objetivos, além de atingir resultados mais satisfatórios na aprendizagem.
Rosemari Elizabeth Dunck Oliveira
Pedagoga com Especialização em
Metodologias de Ensino e Coordenação Pedagógica.
CEM Castro Alves